Um dia no British Museum

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Hoje nosso assunto será arte, para ser mais específica, a arte que está no museu. Os acervos dos museus londrinos são maravilhosos e não se paga nenhum centavo para visitá-los. No geral, paga-se 1 libra pelo mapa, mas só se você quiser, não é obrigatório. Bem diferente da vizinha França, que cobra preços exorbitantes pela entrada em museus.

Lembra-se daquele seu livro de história da época da escola? Aquele cheio daquelas esculturas bizarras dos povos pré-colombianos, de objetos e estátuas gregas, egípcios, chineses entre outras coisas absolutamente improváveis e maravilhosas.

Você vai encontrar um exemplar de quase tudo que você viu nesses livros no British Museum. A coisa mais impressionante que está nesse museu é a famosa Pedra de Roseta. A Pedra de Roseta é um fragmento de uma estela de granodiorito (tipo de pedra) do Egito Antigo, o texto esculpido nela foi crucial para a compreensão dos hieróglifos egípcios. Sua inscrição registra um decreto promulgado em 196 a. C., na cidade de Mênfis, em nome do rei Ptolomeu V, registrado em três parágrafos com o mesmo texto: o superior está na forma hieroglífica do egípcio antigo, o trecho do meio em demótico, variante escrita do egípcio tardio, e o inferior em grego antigo. Através da tradução, tendo como base o grego antigo, foi possível entender os hieróglifos egípcios e o demótico.

A Pedra de Roseta é a Mona Lisa do British Museum, a pop star do lugar, todos querem uma foto dela, e o pior, ao lado dela, porque as pessoas querem mostrar que estiveram lá. Daí é possível ver um monte de pessoas se contorcendo ao lado da pedra para fazer uma boa foto, coisas de turista.

Se no Louvre, você consegue comprar quase qualquer coisa com a cara da Mona Lisa. No British Museum você pode comprar muita, mas muita coisa mesmo, que é uma reprodução da Pedra de Roseta: bloquinhos, aventais, réplicas, chaveiros, canecas, camisetas, apontador, borracha etc.

Outra atração incrível desse museu são as múmias. A coisa é meio mórbida, eu me senti estranha em uma sala cheia de cadáveres. Para intensificar a morbidez, as múmias são exibidas com um raio-x ao lado, comprovando que ali dentro realmente tem restos mortais de alguém.

Aliás, estranheza é uma sensação que vai permanecer com você durante todo o trajeto por esse museu, isso porque visitar várias culturas tão antigas num único dia é mesmo uma experiência, no mínimo, incomum, mas é também positivamente surpreendente. Dependendo do tanto que você se interessa por cultura em geral e pela humanidade como um todo, sentirá lágrimas pinicarem os seus olhos em alguns momentos.

Apesar de achar tudo aquilo muito lindo, eu também não pude deixar de pensar que quase tudo dentro daquele museu é produto de saques, que ocorreram durante as guerras. Inclusive em disputas com a vizinha e rival França. A modernidade tem muitos aspectos inusitados e um deles certamente é colocar objetos conseguidos através de vitórias em guerras dentro de um prédio bonito e chamar de museu.

Se você for a Londres, eu te aconselho fortemente a visitar este museu e conhecer as coisas maravilhosas que as culturas não europeias produziram muito antes de existirem máquinas que fabricam qualquer coisa em série. É incrível, diria até sublime, ver do que o homem é, ou era, capaz.

O British Museum abre todos os dias às 10h e fecha às 17h30, há café e restaurante no lugar. O restaurante é um tanto caro, mas o café é ótimo e tem um preço ok!

Se você for passar muitos dias em Londres, eu recomendo que você passe o dia todo, mas se você tem poucos dias ou não tem paciência, faça algo de manhã e vá ao museu depois do almoço.

Saindo do museu, nada melhor do que beber em um pub qualquer, ouvindo uma boa música, para diminuir o assombro!

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Flaviuska
Flaviuska
Consumidora voraz de cultura. Apaixonada por arte, gente, lugares, comidas, bebidas, shows, livros, longas caminhadas, Rússia, Machado de Assis e Tchekhov.

2 COMENTÁRIOS

  1. Concordo com a questão dos saques, é verdade que os países foram roubados , mas não só por guerras e colonização, mas por ganância também. Muitos nacionais escavam clandestinamente e vendem o produto encontrado. Nem precisa escavar, conheço pessoas que trabalharam em lugares exóticos no mundo e compram também saques de igrejas e túmulos e outras preciosidades. Não acho mórbido. Nem lembro que foram pessoas, já tem tanto tempo que morreram que vejo mais como exemplo de hábitos culturais e pesquisa científica. Achei o museu maravilhoso, haja pernas e pés para andar. A pedra é fantástica. Imagine que sem ela não entenderíamos a escrita por hieróglifos. Fantásticas também são aquelas esculturas persas e de outras culturas. Mas ainda gosto mais do Louvre. Pensando com alguma condescendência será que os países de origem as teriam conservado? Sabemos de violência contra esses tesouros em caso de guerra civil, guerras religiosas e outros fatos. Gosto e acompanho sempre tudo que você escreve. Obrigada por dividir esses conhecimentos conosco.

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Deise de Oliveira
Doutora em Literatura russa, viajante compulsiva e fotógrafa de cães no Spitz Fotografia Pet. Criadora do Viagem pelo Mundo, já estudou em Moscou e morou na França. Adora mergulhar, fazer agility com o Wurst (seu spitz alemão) e uma cervejinha com os amigos. Siga-a nas redes sociais: Facebook Twitter